quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Sem nome. Você.

Alguém me vê
Me lê
Será que me lê?
Me vê
Nos corredores
O olho meio...
Aquilo
Eu afim...
Daquilo

Não sei conduzir a situação
Eu quero a relação
Um dia, dois dias, uma vida
Tesão
O pé eu meto num furacão

Alguém me vê
Eu vi que me viu
Cada gesto inusitado
Resposta eu aguardo

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Outra

Mais uma vez eu aqui pedindo poesia e aplauso
Saudade já senti outrora
Eu aqui, outra vez, pedindo aplauso
Engolindo choro e a boca...
Mais uma vez eu
Sempre eu

Aqui, nudez de alma suplicando por algo que não sabe
Ainda não, é cedo mas não sabe o motivo
Horário de verão clareia o início da noite

Ele gosta e implora poesia 

domingo, 30 de outubro de 2016

volta

depois de um tempo volta. meio bambo. solto. volta, depois um tempo, e deitado na cama eu recito o mesmo palavrão de sempre. e meio bambo, volta, solto como nunca antes. e preso. pelo tempo. prece desnecessária pelo tempo, preso, volta como antes já voltara um pouco frio. úmido. quente como nunca antes nos sonhos de outro. volta pois é próprio da esfera daquele corpo. a roupa não tira. ao menos a alma podia despir.

um gole de cerveja
um gole de café

volta e depois sai, perambulante como antes. como dante. e meio bambo fica o chão. um não. ou não, perambulante fica o chão como nunca antes. e agora não sofro mais. disso. não sei se sofro disso enquanto escrevo. e volta como a chuva. depois cessa. eu fico meio bambo, úmido, quente. frio. nunca morno, ameno ou coisa do tipo.

sábado, 6 de agosto de 2016

A[manhã] erótico

Nunca foi bom dormindo
E é bom de cama
Garante aos garotos
E garante um café pela manhã
Beijo na boca
Clichê romântico - sem flores
Abraço
Poeminha soprado no ouvido
Listen: "I love the way you lick me"
E o dia amanhece pornográfico

terça-feira, 2 de agosto de 2016

No meu caderno de poesias bar nunca
Mais frequentei sua nuca
Nunca mais entrei naquela velha onda

Mar é bom vazio
Mar é bom
Praia não

A sua nuca é boa cheia
De mim
Minha boca vazia

domingo, 17 de julho de 2016

Imposição às mudanças

Ele muda o quarto
É domingo
Muda mais que troca de roupa
Reinventa a disposição das madeiras-mobília
Depois, para olhando os quadros nas paredes
Parecem não fazer mais sentido
Deixa lá, subversivos ao alinhamento dos móveis
E o menino preciso de mudanças
E a vida dele não se basta nas pequenas emoções semanais
Vela em garrafas de vinho vazias 
Meditação: respiração matinal
Cai o mundo e Caio muda o quarto esperando mudar-se

domingo, 12 de junho de 2016

Atraso

Olhei nos olhos dele
Depois nas mãos
No movimento inquieto daquelas mãos
Veio a conversa alheia
Eu todo interessado
Numa tarde da cidade antiga
Eu atrasado mais de um ano
Um outro atraso de quinze minutos
Surpresa
E a carga dessa vida digital
Eu, penúltimo romântico
De sobra chegou domingo
Dias dos namorados passo sozinho
Aceito, por fim, uma furadeira de presente
E um desses "alguéns" dispostos a furar
Meu bloqueio: parede de concreto-coração